Caminhos Seguros: Conectando Universitárias para Reduzir a

Insegurança no Transporte Público

O transporte público desempenha um papel fundamental na vida das pessoas, proporcionando mobilidade e acessibilidade a uma variedade de destinos. No entanto, a segurança das mulheres no transporte público tem sido uma preocupação constante e de difícil resolução. Apesar dos avanços sociais e legislativos, ainda persistem desafios importantes que afetam a sensação de segurança e o bem-estar das mulheres ao utilizar esses serviços. Diante dessa questão, muitas mulheres relatam sentir insegurança ao sair da faculdade à noite e usar o transporte público sozinhas.

Dentro do contexto mencionado, surge a seguinte questão: "As universitárias se sentiriam mais seguras no transporte público se estivessem acompanhadas por outros estudantes com o mesmo destino?". Esse problema afeta diretamente a rotina de muitas universitárias em seu trajeto de ida e volta à instituição de ensino, já que enfrentam o medo de assaltos e de sofrer abusos. Esse sentimento está intrinsecamente ligado às relações de gênero, refletindo a maneira como a sociedade percebe o gênero feminino e a prevalência da dominância masculina. Essa estrutura social torna as mulheres o principal alvo de crimes, especialmente quando estão desacompanhadas. Além disso, a falta de iluminação, a baixa movimentação nas ruas e o aumento contínuo da violência contra as mulheres agravam ainda mais essa sensação. Portanto, torna-se crucial criar alternativas para que as estudantes tenham segurança e confiança durante o trajeto.

Os dados reforçam ainda mais a necessidade de criar medidas alternativas para enfrentar o problema. Conforme o estudo "Elucidando a Prevalência de Estupros no Brasil a Partir de Diferentes Bases de Dados", conduzido pelo IPEA em 2019, estimou-se que houve 822 mil casos de estupro no país naquele ano, equivalendo a uma média de dois estupros por minuto. No entanto, apenas 8,5% desses casos foram formalmente registrados pelas autoridades policiais e somente 4,2% foram documentados pelos serviços de saúde. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Instituto Patrícia Galvão e Instituto Locomotiva, com apoio da Uber e suporte técnico da ONU Mulheres, 81% das mulheres já passaram por algum tipo de violência ao sair de casa, sendo 69% casos de olhares e cantadas inconvenientes e 36% de importunação e assédio sexual. No entanto, os transportes públicos, como ônibus e trens, são lugares onde esses tipos de violência são mais recorrentes e inseguros. Segundo a mesma pesquisa, cerca de 24% das mulheres ouvidas não relataram a situação vivida para ninguém e mudaram seus hábitos, como evitando passar por lugares escuros (96%), saindo à noite (92%), escolhendo lugares mais seguros para sentar no transporte público (87%) e evitando usar determinados tipos de roupas ou acessórios (82%). Além disso, 71% das mulheres conhecem alguém que já sofreu algum tipo de assédio no espaço público e 97% afirmam ter passado por algum tipo de assédio. Os estudos revelam a natureza estrutural do problema, ressaltando a necessidade de implementar soluções práticas e imediatas para reduzir seus impactos.

Sobre o jogo: Garotas em Missão: Superando os perigos do caminho universitário

O objetivo do nosso projeto de inovação social é possibilitar o compartilhamento de trajetos, visando diminuir esse problema. Para exemplificar a ideia, criamos o jogo “Garotas em Missão: Superando os perigos do caminho universitário” que simula o trajeto de garotas desde sua casa até seu local de estudo. O jogo consiste em etapas que simulam situações do cotidiano. Durante elas, as personagens enfrentam diversas dificuldades, como ruas sem iluminação e bandidos.






FEI - Campus SBC


Prof.Dr. Fagner de Assis Moura Pimentel


Prof.Dr. Diego Genu Klautau


Prof.Dr. Raul Cesar Gouveia Fernandes